"Me senti um estúpido"

O piloto Jarno Trulli, da Toyota, se pronunciou publicamente, nesta quarta-feira, a respeito da polêmica desclassificação do atual campeão mundial Lewis Hamilton do GP da Austrália, quando ele mentiu para os comissários da prova ao afirmar que havia sido obrigado a ultrapassar o italiano com a presença do safety car na pista.

Por conta disso, Trulli acredita que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) esteja agindo corretamente ao punir rigorosamente a McLaren, assim como o piloto britânico.Embora o italiano não guarde ressentimentos em relação à atitude da McLaren, que acabou lhe custando a terceira posição na prova - recuperada na sequência - ele defende a maneira pela qual a FIA vem conduzindo o caso.

Em entrevista exclusiva ao site da revista inglesa 'Autosport', Trulli afirma ter sentido que a contundente postura da entidade foi uma demonstração de força e poder.

- Meu sentimento é de que a FIA tomou a decisão porque sentiu que alguém estaria "brincando" com ela. Então, eles quiseram mostrar para todo o mundo que eles são como um júri. Para comparecer a um tribunal perante o juiz é preciso ser honesto e falar a verdade. Talvez você escape uma vez, mas é melhor não tentar fazer isso. É muito arriscado. Eles sentiram o cheiro de algo errado no ar, e foram bons o suficiente para investigar o que aconteceu. Isso transmite muito crédito à FIA após uma corrida com tantas polêmicas - avaliou.

- Eu acho que isso gerou uma circunstância infeliz para nós dois. Pessoalmente, eu não sei quem mentiu e porque mentiu. Na minha opinião, não havia interesses para mentir, mas alguém julgou mal as regras. Eu não estou aqui para culpar ninguém. O problema ocorreu em uma ocasião particular isolada e eu me senti um estúpido, porque não fiz nada de errado. Eu não sou do tipo de pessoa que pensa em revanche ou algo do tipo, e sigo essa máxima com todo mundo. Eu vivo e deixo todo mundo viver - afirmou.

Por outro lado, o piloto da Toyota não poupou elogios aos comissários da prova, que o informaram imediatamente após tomarem a decisão de reintegrá-lo ao pódio.

- Foi ótimo eles terem anunciado a decisão de me devolverem a terceira posição depois da prova. Eu estava dando entrevistas a alguns jornalistas, quando dois comissários se dirigiram ao cercado para me encontrar e apertar a minha mão dizendo “você merece isso porque foi honesto”. Isso aconteceu na frente de toda a imprensa. Eu gostei muito daquilo - elogiou.

A FIA convocou uma reunião extraordinária do Conselho Mundial, próximo dia 29, na qual vai analisar as provas e exigirá explicações da McLaren, que pode ser até eliminada da temporada.

(Fonte:Tazio)