23.12.09

Schumy confirma: esta de volta

O maior campeão da F1 de todos os tempos está de volta à categoria que o consagrou. Depois de muitos rumores, a Mercedes anunciou oficialmente a contratação de Michael Schumacher para a temporada 2010, nesta quarta-feira (23). De acordo com o jornal germânico “Bild”, que adiantou a conclusão do acordo na terça (22), o alemão assinou um contrato de um ano com a equipe e seu salário será de € 7 milhões (cerca de R$ 18 milhões).

Schumacher volta à F1 depois de três temporadas de ausência, desde quando decidiu se aposentar ao fim de 2006. O GP do Brasil daquele ano seria o ponto final da carreira do campeão na categoria. Mas o sentimento de acelerar a mais de 300km/h foi mais forte. Prestes a completar 41 anos no dia 3 de janeiro, o germânico será o mais velho a disputar o Mundial desde Nigel Mansell.

As especulações em torno da ida de Schumi para a Mercedes começaram a aparecer na imprensa no dia 19 de novembro, quando o diário italiano “La Gazzetta dello Sport” levantou essa possibilidade. No início, todos negaram. Porém, o assunto começou a ganhar força, e apareceram os primeiros indícios sobre a veracidade do fato.

O interesse da montadora alemã em Michael teve início em uma reunião entre o piloto, Dieter Zetsche, diretor da Daimler, empresa que administra a Mercedes, e Norbert Haug, diretor-esportivo da fábrica. O encontro aconteceu no fim de semana do GP de Abu Dhabi, antes mesmo de os germânicos anunciarem a compra da maioria das ações da Brawn.

Ross Brawn, chefe de equipe, sempre desmentia. Nick Fry, diretor-executivo, ficava quieto. Mas Haug deixava a dúvida no ar ao falar que o segundo piloto do time – o primeiro confirmado foi Nico Rosberg – provocaria surpresa em todos.

As negativas continuaram até que Willi Weber, empresário de Schumacher, confirmou a realização da reunião em Abu Dhabi. A partir daí, o retorno ficou cada vez mais evidente.

Na verdade, o ensaio da volta aconteceu em julho deste ano, quando o alemão foi anunciado como o substituto de Felipe Massa, que começara sua recuperação do grave acidente sofrido durante o treino de classificação para o GP de Hungria, para o restante da temporada na Ferrari. O heptacampeão comentou que estava retornando por gratidão à equipe onde conquistou cinco de seus sete títulos mundiais.

Entretanto, os planos tiveram de ser abortados por causa de uma lesão no pescoço do germânico, causada por um acidente sofrido enquanto corria de moto, no circuito de Cartagena, na Espanha. Apesar de continuar aposentado, a sensação de poder correr novamente na F1 já havia tomado conta do piloto.

Ao receber o convite da Mercedes para disputar a temporada 2010, o germânico balançou e não conseguiu recusar.

Um fato merece vários parágrafos à parte: Schumacher tem antigos laços com a Mercedes. O namoro é antigo. O detentor de vários recordes da F1 contou com grande ajuda da montadora no início da carreira, representando-a no fim dos anos 80 e início dos 90.

A fábrica também foi fundamental para a entrada de Michael na F1, ao “alugar” uma vaga na Jordan no GP da Bélgica de 1991. Na prova seguinte, na Itália, o alemão foi para Benetton. Depois, Schumi seguiu o próprio caminho e fez história pela equipe que era chefiada por Flavio Briatore e, principalmente, pela Ferrari.

Fazer parte do projeto da Mercedes na F1, que pela primeira vez vai ter uma equipe própria na categoria, seria uma espécie de agradecimento de Schumacher por tudo que a montadora fez por ele. Gratidão, assim como seria feito com a Ferrari em julho.

Apenas duas coisas poderiam melar a ida para Mercedes: um contrato de consultoria com os ferraristas e a lesão no pescoço. A primeira foi fácil de resolver, já que o contrato foi rescindido amigavelmente. Em encontro com Luca di Montezemolo, Schumi adiantou que havia muitas chances de o acerto com a fábrica alemã ser concretizado.

A segunda barreira foi derrubada assim que os exames pedidos foram concluídos. De acordo com Weber, os resultados foram positivos, e a saúde de Michael estava em perfeita ordem. As dores no pescoço já não eram mais um problema.

Há cerca de dez dias, toda a imprensa alemã já dava o acordo como certo. Com isso, só restou a Schumacher assinar o contrato com a Mercedes, o que foi feito nesta terça. No time, ele vai reencontrar Ross Brawn, com quem fez parceria em todos os campeonatos que conquistou na F1. Desde já, é um dos principais favoritos ao título, juntando-se a Fernando Alonso, Felipe Massa, Jenson Button, Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Mark Webber.

fonte:grande premio



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