12.12.10

Suiça: o destino da F1

As vantagens fiscais transformaram a Suíça no lar oficial tanto dos grandes pilotos da Fórmula 1, entre eles Michael Schumacher, Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton e Fernando Alonso, como de seus patrocinadores e patrões.

O status de residentes na Confederação Helvética permite aos corredores economizarem parte do patrimônio pessoal, e esse exemplo é seguido por outros nomes significativos das pistas de F-1, como o chefe da categoria, Bernie Ecclestone.

O patrimônio do gerente dos direitos comerciais da Fórmula 1 lidera o ranking dos mais ricos do esporte, com cerca de 3 bilhões de euros, de acordo com a revista econômica suíça Bilan. Ecclestone, de 79 anos, é britânico, mas vive oficialmente no Hotel Olten, localizado na estação alpina de Gstaad, na Suíça.

No entanto, ele viu prejudicada sua vantagem na liderança da riqueza econômica na Fórmula 1, após seu divórcio com a modelo croata Slavica Radic. O rival que o ultrapassa é Dietrich Mateschitz, dono de 49% da escuderia Red Bull - que venceu neste ano tanto o mundial de construtores quanto o de pilotos. A origem austríaca desobriga Mateschitz a morar na Suíça por motivos fiscais.

A revista Forbes atribui a Mateschitz, de 66 anos, uma fortuna aproximada de 3 bilhões de euros, que o situa com certa distância em relação à Ferrari, seu rival máximo na pista este ano, propriedade da família Agnelli por meio do grupo italiano Fiat.

Margherita Agnelli, a filha e única herdeira direta do lendário Giovanni Agnelli, conta com um patrimônio próximo a 1,5 bilhão de euros. Ela vive oficialmente em uma vasta propriedade entre as cidades suíças de Genebra e Lausanne.

Perto desse local, no povoado suíço de Gland, às margens do lago Leman, reside Michael Schumacher, o piloto que rompeu um tabu de 21 anos sem vitórias da Ferrari, encadeando cinco vitórias mundiais entre 2000 e 2004 com a escuderia italiana.

A fortuna do piloto alemão de 41 anos, atualmente vinculado à equipe Mercedes, se aproxima dos 700 milhões de euros, o que o situa imediatamente após Tiger Woods como o atleta que mais fez dinheiro na carreira, ao lado do ex-jogador de basquete Michael Jordan.

O último campeão do mundo com a Ferrari, Kimi Raikkonen, vencedor da temporada de 2007, está estabelecido na comuna suíça de Baar, de 20 mil habitantes, perto de Zurique, onde o finlandês se envolveu mais do que sua fama poderia prever.

Embaixador da equipe de hóquei da região, a cujas partidas ele de vez em quando assiste, Raikkonen dispõe de uma riqueza de aproximadamente 150 milhões de euros, dos quais 17 milhões procederam de sua indenização pela saída da escuderia italiana.

Seu substituto, o espanhol Fernando Alonso se mudou em fevereiro passado a Lugano, maior cidade de fala italiana da Suíça, a pouco mais de 250 quilômetros da fábrica da Ferrari, após ter residido nos últimos anos na parte francesa do país.

Lewis Hamilton, companheiro de Alonso durante sua etapa na McLaren, deixou sua Grã-Bretanha natal no final de 2007 para se instalar na Suíça, após perder o Mundial daquele ano na última corrida, por apenas um ponto de diferença para o campeão, Kimi Raikkonen.

Se tivesse ganhado aquele Mundial, quando o britânico contava com apenas 22 anos e aquela era sua primeira temporada na Fórmula 1, ele teria se tornado o mais jovem a conquistar o título da principal categoria do automobilismo, uma façanha que conseguiu um ano depois, em 2008.

Mas o recorde de Hamilton foi batido neste ano por outro residente na Suíça, o alemão Sebastian Vettel, quem há mais de um ano possui um sítio na pacata localidade de Walchwil, de 3 mil habitantes, próxima a Zurique e contígua a um lago.

Nick Heidfeld, Timo Glock, Adrian Sutil e Heikki Kovalainen são outros dos pilotos da F-1 que têm domicílio na Suíça, da mesma forma como fazem alguns de seus principais patrocinadores.

E além dos milionários pilotos e patrões do automobilismo, o homem mais rico dos quantos que vivem na Suíça é o fundador da Ikea, o sueco Ingvar Kamprad, que, com quase 85 anos e uma fortuna de mais de 25 bilhões de euros, reside como um desconhecido às margens do lago Leman.

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